segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Crise entre CBF e Rede Globo acaba, e tudo permance como antes


Parece ter acabado em pizza - ou melhor, em um almoço - o princípio de "racha" entre a Rede Globo de Televisão, detentora dos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro, e a cúpula da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Para 2011, a fórmula atual de disputa do Brasileirão, em pontos corridos, está garantida.

É o que informa a coluna Radar, na edição desta semana da revista Veja. De acordo com a publicação, a emissora desistiu de tentar emplacar o retorno do "mata-mata" na principal competição de clubes do Brasil a partir de 2011. Por outro lado, a "ameaça" feita na última semana pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, de que as partidas das quartas-feiras seriam transferidas das 21h50 para as 19h - prejudicando a grade de programação global - também não teria passado de um blefe. Os jogos continuarão no mesmo horário, diz a Veja.

Segundo a nota da revista, Teixeira "se incomodou com ofertas financeiras que Marcelo Campos Pinto, executivo da Globo, fez aos clubes para que eles topassem mudar a fórmula do Brasileirão", mas a paz teria sido "selada num almoço na terça-feira entre Globo e CBF". "Nada vai mudar. Fica tudo como está", diz o texto assinado pelo jornalista Lauro Jardim.

A ideia inicial da Globo, segundo informou na última semana o jornalista Juca Kfouri, comentarista dos canais ESPN e apresentador do Juca Entrevista, da ESPN, era mesclar pontos corridos e "mata-mata" no Brasileirão-2011. Os 20 clubes disputariam turno e returno, em pontos corridos, e os três mais bem colocados se classificariam automaticamente à Copa Libertadores da América de 2012.

Entretanto, a partir daí, começaria uma fase eliminatória envolvendo os oito primeiros colocados, em jogos de ida e volta, a partir das quartas de final até a decisão. O campeão brasileiro também ficaria com uma vaga na Libertadores, totalizando quatro equipes do país no torneio sul-americano. Se o campeão do "mata-mata" fosse um dos três primeiros da fase de classificação, a quarta vaga na Libertadores ficaria para o quarto colocado da etapa inicial.

A Globo usava como argumento a queda em seus índices de audiências nos jogos transmitidos às quartas-feiras e aos domingos para justificar o possível "fracasso" dos pontos corridos. Mas pesquisas dos principais institutos do país apontam que a grande maioria dos brasileiros se adaptou ao formato adotado desde 2003 no Brasileirão e reprova a volta do "mata-mata". Além disso, a emissora foi convencida por outros levantamentos de que a queda de audiência não tem relação direta com o formato do campeonato - e atinge não só o futebol, mas as novelas e os programas de entretenimento.

A acirrada disputa pelo título do Brasileirão-2009, que tem ao menos seis equipes brigando pelo campeonato a sete rodadas do final, também fez com que a CBF tivesse outro argumento de peso para colocar na mesa diante dos executivos da emissora, além da falta de datas no calendário brasileiro para comportar jogos eliminatórios no fim do ano. A "ameaça" de Ricardo Teixeira de mudar o horário das partidas das quartas-feiras para as 19h também foi um golpe nas pretensões da emissora. No fim das contas, diz a Veja, tudo ficará como está.

O Clube dos 13, entidade que reúne os 20 principais clubes do futebol brasileiro, apoia majoritariamente a manutenção da fórmula de pontos corridos, o que ajudou a enfraquecer o "lobby" da Globo. Clubes como São Paulo, Palmeiras, Internacional e Flamengo são contrários à volta do "mata-mata". Até aqui, apenas o Corinthians já manifestou publicamente que aceitaria discutir possíveis mudanças na competição para 2011.

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