quinta-feira, 11 de junho de 2009

Mega negociações do futebol europeu assutam o mundo da bola


Os planos do presidente Florentino Perez de formar uma segunda edição do time de "galáticos" no Real Madrid já começam a gerar polêmica. Nesta quinta-feira, três dias depois de anunciar a contratação de Kaká, por 65 milhões de euros, o clube espanhol anunciou que o Manchester United aceitou negociar o português Cristiano Ronaldo, atual dono do prêmio de melhor do mundo. A negociação, de 93 milhões de euros (cerca de R$ 257 milhões), é a mais cara da história, e já é criticada por dirigentes e políticos europeus.

Um dos que foram contra os altos valores da transferência, que ainda não foi assinada, é o presidente da Uefa, Michel Platini. O ex-jogador francês classificou o negócio entre o Real Madrid como "incrível".

"Parece-me incrível a sucessão de transferências, no momento em que o futebol europeu enfrenta desafios financeiros perigosos", disse o dirigente, em entrevista à AFP, nesta quinta-feira.

O ministro do Esporte do Reino Unido, Gerry Sutcliffe, manifestou preocupação semelhante à de Platini. Ele inclusive aconselhou aos clubes ingleses a não tentarem equiparar suas contratações às que vêm sendo realizadas pelo Real.

"Nós estamos preocupados com a sustentabilidade do futebol. O esporte é um grande negócio, mas temos de garantir que os clubes não fiquem na parede", afirmou Sutcliffe, sobre a possibilidade de um grande aumento nas dívidas. "Há muitos assuntos a serem discutidos sobre a transparência na gerência dos times, para que o futebol possa seguir firmemente."

Segundo Platini, a Uefa está trabalhando para iniciar o mais rápido possível um sistema junto aos clubes de limpeza das dívidas, em um processo transparente e sólido. "Esta a principal prioridade da Uefa", afirmou o dirigente.

Quem destoou do discurso de Platini e Sutcliffe foi o técnico do Manchester City, outro clube adepto a contratações astronômicas, Mark Hughes. "Está é uma quantia significativa de dinheiro. Acho que ela pode movimentar o mercado", afirmou ele. "O Manchester United também deve sentir que está fazendo um grande negócio".

Outra realidade
Sem Kaká, o vice-presidente do Milan, Adriano Galliani, culpou as diferentes condições entre os clubes para que o Real Madrid possa gastar tanto em contratações. Segundo ele, os aspectos fiscais na Espanha facilitam para que os clubes possam investir mais.
"Calculei hoje que o Milan de hoje, com o esquema fiscal da Espanha, teria 42 milhões de euros em recursos a mais. Isso alteraria toda a nossa política", afirmou Galliani, que viu Kaká partir para a Espanha. O dirigente garantiu "100%" que Alexandre Pato permanece na equipe italiana para a próxima temporada.

Já Florentino Perez, responsável pela formação do time de "galácticos" que contou simultaneamente com Ronaldo, Zidane, Figo e Beckham, e que retornou há menos de um mês à presidência do clube espanhol, dá sinais de que, após contratar os últimos dois vencedores do prêmio de melhor do mundo da Fifa, não vai parar por aí. O francês Ribery, do Bayern de Munique, e o atacante David Villa, do Valencia, seriam os próximos alvos.

* Com agências internacionais

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